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«Fazemos um federalismo de vassalagem», provoca secretária de Fazenda em painel do FIBE  

Priscilla Santana, do Rio Grande do Sul, foi uma das debatedoras do painel “Perspectivas para o Brasil: Federalismo” 

Imagem: Cláudio Noy

«Fazemos um federalismo de vassalagem». A secretária de Fazendo do Rio Grande do Sul, Priscilla Santana, foi uma das debatedoras do painel Perspectivas para o Brasil: Federalismo, encerrando o primeiro dia do Fórum Futuro da Governança Fiscal, organizado pelo FIBE, no Centro Cultural e Científico de Macau, em Lisboa.  

«Os estados não sabem o que estão defendendo. Por isso, quando pensamos em construir fóruns como o Conselho da Federação, enxergo um ambiente de forte assimetria e isso se tornou um manifesto para mim: construir um federalismo respeitoso», completou. A economista falou mais: disse que é com dor que percebeu que «a União nunca vai ser um árbitro imparcial neste jogo porque há um forte componente histórico na dívida pública e na sua renegociação». 

A secretária da Fazenda de Sergipe, Sarah Andreozzi, fez coro na crítica de que a dívida dos estados acaba por ser lucro para a união, mas questionou «como ficam os estados que não estão endividados, mas têm problema de fluxo de caixa?».  Sarah Andreozzi pontuou como importante a necessidade de educar sobre governança fiscal. «O ex-governador do Espírito Santo Paulo César Hartung já disse que ‘cuida de pessoas quem cuida das contas’. Porque se aumento a despesa de um lado, tiro do outro. Como vou pensar em cooperação federativa, se não consigo cuidar das minhas próprias contas?». 

Economista e ex-secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Felipe Salto defende que seja resgatado o “espírito da Lei de Responsabilidade Fiscal”. «Devemos tratar os diferentes como diferentes. Se queremos desenvolvimento, é preciso ter financiamento do desenvolvimento», concluiu.  

Moderador deste painel Perspectivas Para o Brasil: Federalismo, o economista e vice-presidente do FIBE, José Roberto Afonso, destacou o momento de profissionalização crescente na administração brasileira. «O Brasil está amadurecendo muito pra avançar neste debate e a experiência internacional serve de lição, o que estamos ouvindo e podemos adaptar, mas também nos ajuda a ver o que já fazemos e a valorizar o que há de bom no Brasil».  

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