Terceiro webinário da série Futuro da Tributação antecipa discussões que estarão no fórum homónimo, a ser realizado em novembro, em Coimbra.
“Se não os podes vencer, junta-te a eles”. Em se tratando do uso da inteligência artificial pelos sistemas tributários de governos de todo o mundo, os especialistas são tão unânimes quanto o provérbio citado, mesmo que o impasse exija critérios. O terceiro webinário da série Futuro da Tributação, intitulado O céu é o limite? Inteligência artificial para administração tributária, reuniu especialistas no debate sobre a incorporação da tecnologia que governa a economia digital também pelo governo.
“A gente não está falando exclusivamente de automação, da programação e da repetição, que já é um tema consolidado. Estamos falando de uma nova fase, que é a de algo que raciocina, aprende, inova e não é gente. Se o diagnóstico é esse, o que fazer? Pode-se ficar pessimista ou entender o contexto porque, olhando retrospetivamente, sempre que houve uma mudança de meios houve um grande desenvolvimento social”, defendeu o debatedor Tácio Lacerda Gama, presidente do Instituto de Aplicação do Tributo – IAT e professor da PUC-SP.
Assista aqui ao webinário na íntegra
“Já, já teremos uma plataforma de solução de conflitos pensada por algoritmo, por inteligência artificial a ser implementada pela Receita Federal e pelas administrações estaduais. Estar apto a interagir com essas plataformas é a nossa grande demanda, o nosso desafio”, completou.
O diretor de Assistência Técnica e Tecnologia do Centro Interamericano de Administrações Tributárias – CIAT, Raul Zambrano, fez a exposição da atual situação mundial defendendo que “ou aceitamos que a inteligência artificial ao cooperar com os humanos trabalhe bem ou tentamos proibir a utilização de determinadas técnicas porque não conseguimos entender ou não temos tempo para conseguir entender como foi feito. A incorporação desses elementos cria muito poder, mas também traz muita responsabilidade para a administração pública”.
A presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, Fernanda Pacobahyba, avalia que o sistema precisa facilitar investimentos, em contraponto a legislação complexa, que dificulta a modernização. “Isso traz custos nessa automação que são extraordinários e gera redundâncias que são fatais”. Também debatedora na live, a advogada Rebeca Drummond de Andrade Müller especialista no compartilhamento de dados e criticou o “emaranhado de portarias, instruções normativas, alteração pontual no Código Tributário do Brasil para permitir compartilhamento sem a oposição do sigilo, mas a verdade é que não há um direcionamento”.
Promovido pelo Fórum de Integração Brasil Europa – FIBE, com o apoio do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa – IDP e transmissão exclusiva do Poder360, a série de quatro webinários gratuitos Futuro da Tributação ajudarão a desenhar os debates, com o alinhamento de questionamentos técnicos, para o Fórum Futuro da Tributação, marcado para os dias 6 e 7 de Novembro, na Universidade de Coimbra (PT). A última live da série está marcada para 19 de outubro.
Saiba mais sobre os webinários Futuro da Tributação no site forumbrasileuropa.org/futuro-da-tributacao