Vitalino Canas representa o FIBE na cerimônia de abertura e no painel Sistema Político, Crise dos Incumbentes e Fragmentação Partidária; já o vice-presidente José Roberto Afonso estará no painel Dominância Fiscal, Distribuição de Renda e Desenvolvimento.

As transformações aceleradas das últimas décadas exigem «uma compreensão sistémica». Ao abrir o XIII Fórum de Lisboa, na manhã deste dia 2, o ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Gilmar Ferreira Mendes, destacou que «o direito e a democracia enfrentam desafios sem precedentes»: «Como garantir que o princípio da dignidade da pessoa humana, pedra angular do Constitucionalismo contemporâneo, não seja sacrificado no altar da eficiência algorítmica?».
A pergunta deu o tom a toda a abertura, com a presença também o presidente do Fórum de Integração brasil Europa (FIBE), Vitalino Canas, o ministro mencionou que o auditório da Reitoria da Universidade de Lisboa é o «ponto de encontro fundamental para o diálogo entre o Brasil e a Europa», resumindo que a 13ª edição do Fórum de Lisboa terá 57 painéis, com 500 palestrantes e 2,5 mil participantes inscritos.
Gilmar Mendes citou a filósofa alemã Hannah Arendt, ao lembrar que o «isolamento e a perda de espaço publico são condições para o advento do totalitarismo», defendendo que «numa era em que a arena pública foi transportada para as redes sociais, essa advertência ganha contornos proféticos». Vitalino Canas destacou que o Fórum de Lisboa e o FIBE estão irmanados nos mesmo objetivo de «justamente ajudar a compreender o mundo em transformação» de forma a robustecer os processos democráticos.

A mesa de abertura deste dia 2 de julho foi composta ainda por Gonçalo Saraiva Matias, ministro Adjunto e da Reforma do Estado de Portugal; Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados do Brasil; Eduardo Vera-Cruz Pinto, diretor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa; Carlos Ivan Simonsen Leal, presidente da Fundação Getulio Vargas; Carlos Blanco de Morais, professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e Beto Simonetti, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil.
Motta chamou a atenção para as «tentações do protecionismo e do fechamento de fronteiras neste momento de intensas mudanças». «Mais do que nunca, diante de desafios existenciais, precisamos do diálogo e da cooperação. Brasil e Portugal têm todas as credenciais para fomentar essas cooperações, também como mérito do Fórum Lisboa».

O presidente da Câmara dos Deputados do Brasil fez vénia ao Parlamento Brasileiro por assumir o protagonismo na construção de marcos regulatórios que equilibram inovação com responsabilidade, liberdade com proteção e crescimento com sustentabilidade porque os tempos exigem que o direito abrace a inovação sem renunciar a busca pela justiça nem a proteção aos vulneráveis; exige que a política recupere a sua centralidade diante das novas dinâmicas de interação social conformadas pelas plataformas digitais Exige que o parlamento não seja espectador em consonância com o que preconiza a Constituição».
Diretor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Eduardo Vera-Cruz Pinto, defendeu que «não há democracia sem professor» e que «se a educação é cara, experimentem a ignorância».
O FIBE é um dos apoiadores do XIII Fórum de Lisboa e, neste primeiro dia, além da cerimônia de abertura, estará representado no painel Sistema Político, Crise dos Incumbentes e Fragmentação Partidária, por Vitalino Canas. Já o vice-presidente do FIBE, o economista José Roberto Afonso estará no debate proposto pelo painel Dominância Fiscal, Distribuição de Renda e Desenvolvimento.
Organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa(IDP), pelo Lisbon Public Law Research Centre (LPL) da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e pelo Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário – FGV Justiça (FGV), o evento deste ano ocorre até o dia 4 de julho, com o tema O mundo em transformação — Direito, Democracia e Sustentabilidade na Era Inteligente. Saiba mais: https://www.forumdelisboa.com/2025