Relações entre Europa, Mercosul e Brasil foram analisadas em painel do 2º Foro Transformaciones desta sexta (9).

Como fortalecer os laços econômicos e políticos entre Europa, Mercosul e Brasil, promovendo a integração e a cooperação mútua foi o principal assunto da conversa promovida pelo 2º Foro Transformaciones: Un Mundo En Ebullición, nesta sexta-feira (9), em Madrid. Aloysio Nunes, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, Gilmar Mendes, decano e Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e Rafael Dezcallar, ex-embaixador da Espanha na China, foram os convidados do painel mediado pelo jornalista Javier Moreno, diretor do EL PAÍS América.
Gilmar Mendes comentou que o acordo se dá em um momento histórico muito marcante e destacou que ocorre entre blocos que têm valores culturais e históricos comuns e isso é fundamental: “O Brasil é o maior país do bloco do Mercosul, com uma democracia que deu provas de resiliência e mostrou ser comprometida com direitos fundamentais. (…) Portanto vejo como positiva a celebração do acordo Mercosul”, declarou.

Aloysio Nunes, que hoje chefia o escritório da Apex na Bélgica, afirmou que a negociação foi reaberta em um bom momento e que permitiu incorporar a dimensão do clima e o comprometimento ao Acordo de Paris. “Atores amplos das sociedades europeias hoje compreendem a necessidade de parceiros confiáveis e compreendem a importância do Brasil para a solução de alguns problemas percebidos como vitais, como saúde, meio ambiente, segurança alimentar”, disse Nunes, reiterando a relevância do acordo para a economia.
O ex-embaixador de Espanha na China comentou que acha um escândalo que a União Europeia levasse 25 anos para chegar a esse acordo e disse para consolidar a relação da América Latina com a Europa em um contexto global onde estão Donald Trump, Xi Jinping e Vladimir Putin. Dezcállar afirmou que a América Latina precisa de uma participação maior e que a Espanha faz um trabalho constante para aproximar Europa e América Latina: “Não é fácil convencer parceiros europeus a se aproximarem da América Latina”.
Dezcallar também destacou que a China é um parceiro importante comercialmente para América Latina e Brasil. “Com uma visão estratégica, a China acabou de construir um porto no Peru. Temos muito a aprender com a China”, disse.
Vem aí o 3º Foro Transformaciones

Ao final do painel, José Roberto Afonso, vice-presidente do FIBE, encerrou o evento declarando que foi “tão breve e harmonioso quanto o conclave” já que foram 139 pessoas reunidas no fórum, contando com o público, e 37 painelistas no total, sendo 26 homens e 11 mulheres.
Afonso agradeceu aos convidados que se deslocaram de diversos países, como Bélgica, Alemanha e EUA, sendo 18 brasileiros e 19 portugueses e espanhois: “Por aqui passaram representantes do setor público, como parlamentares e magistrados, do setor privado, terceiro setor, de empresas e da academia. É essa mescla que sempre procuramos costurar. É uma contribuição que procuramos dar à sociedade”, afirmou Afonso.
O vice-presidente do FIBE confirmou que a terceira edição do evento será na última semana de abril de 2026.