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FIBE Conversa: Sul Global não está condenado a ser território de influência 

Presidente do Conselho Empresarial Brasil-China, Luiz Augusto de Castro Neves comenta, em entrevista exclusiva para o FIBE, em Madrid, as oportunidades para o Brasil e a instabilidade causada por governos hegemônicos.  

A transferência do centro de gravidade do poder político e econômico do Atlântico Norte para a Ásia não deve preocupar a América Latina, nem em particular o Brasil. Com um sólido conhecimento no campo das relações internacionais com as dinâmicas economias da Ásia, tendo sido embaixador do Brasil na China (2004-2008) e no Japão (2008-2010), Luiz Augusto de Castro Neves defende quem o Sul Global não está condenado a ser território de influência e pode assumir um papel de protagonismo no atual cenário multipolar.  

«Curiosamente, a resposta está muito mais dentro da América Latina do que fora. Na verdade, as janelas de oportunidade do mundo estão aí e citaria como exemplo a relação Brasil-China, que é uma relação no plano econômico e comercial extremamente bem-sucedida. Hoje, a China é de longe o nosso principal parceiro comercial e investidor importante no Brasil e as relações chino-brasileiras têm sido extremamente benéficas para a economia brasileira». 

Assista à terceira temporada do FIBE Conversa gratuitamente

Segundo entrevistado da terceira temporada do FIBE Conversa, o atual presidente do Conselho Empresarial Brasil-China e vice-presidente Emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) é categórico ao afirmar que «aproveitar depende de nós, brasileiros. Isso é que é importante ressaltar. Hoje em dia, as economias mais dinâmicas do mundo são as asiáticas, começando pela China, mas também incluindo a Índia, o Vietnam», comenta, destacando também o fato de o «Japão ser um país asiático, apesar de integrar de certa forma o bloco ocidental, continua sendo a terceira maior economia do mundo».  

«A história nos diz que sempre que temos um mundo multipolar, ele acaba sendo marcado um pouco pela instabilidade. Não que isso seja negativo em si, porque um mundo multipolar tende a ser um pouco mais pacífico e criativo, por assim dizer».  

O FIBE Conversa é uma série digital que produz e torna acessível um conteúdo de credibilidade e integridade através de entrevistas a especialistas de renome mundial sobre matérias cruciais debatidas nos fóruns e workshops do FIBE. A terceira temporada tem como cenário o 2º Foro Transformaciones, realizado pelo Fórum de Integração Brasil Europa (FIBE), em Madrid, nos dias 8 e 9 de maio.  As entrevistas são conduzidas pelo jornalista Jair Rattner, do Público Brasil. O primeiro episódio traz uma conversa com Marina Costa Lobo; as próximas trazem especialistas como Roberto Azevêdo, Rubens Barbosa e Virgílio Almeida.     

Tudo sobre o 2º Foro Transformaciones